Acho que todo mundo na vida chega num ponto em que se vê completamente diferente de tudo o que imaginou pra si mesmo. Hoje acordei e, como Caio Fernando Abreu me fiz a seguinte pergunta: “que porra é essa que está acontecendo comigo?”
Fiquei deitada e fiz um filme mental do que ando fazendo da vida... e não gostei do que eu vi. De repente me vi fazendo um monte de coisas que jamais imaginei que faria. Pela busca de um sentimento ilusório de liberdade rompi com princípios básicos que constituíam minha essência. Não me reconheci.
Não sou santa, nunca fui. Sempre amei coisas que me intrigassem, o desconhecido me atrai de uma forma inexplicável. Vivo em busca de emoções fortes, não gosto do morno, procuro intensidade. Sempre quis ter histórias pra contar, não morrer com vontade.
Não sou louca, nunca fui. Odeio drogas, passo longe delas. Quando faço alguma merda fico dias remoendo aquilo, com peso na consciência. Não suporto magoar ou desejar o mal a alguém e não sei falar mal dos outros. Gosto de rezar, sou apaixonada por tudo que tenha a ver com Deus.
Parece que o equilíbrio sumiu da minha vida, e tenho tendido pra um lado. Isso não é saudável, tem que haver o equilíbrio. Em uma busca por emoções que me tirem do chão eu tenho feito coisas que jamais faria. Me afastei de coisas que considero como certas, de pessoas que me fazem crescer como ser humano. O equilíbrio é uma coisa que preciso voltar a cultivar, sei que sou melhor assim.
Acho que hoje alguma coisa mudou dentro de mim. Aliás, não mudou. Voltou.